quarta-feira, 30 de abril de 2025

União Brasil e PP concretizam federação e nasce como a maior força política do país

Acordo que cria as maiores bancadas do Congresso envolve partidos com origem no PDS, herdeiro direto da aliança que deu sustentação à ditadura militar


A federação entre PP e União Brasil foi lançada oficialmente nesta terça-feira (29) com discurso de oposição, a defesa de um “choque de prosperidade” para o país e conflitos não resolvidos que a impedem até de ter um presidente nesta fase inicial. União Progressista. Esse é o nome da junção formada por União Brasil e PP e que teve sua criação sacramentada oficialmente.

“O Estado não pode continuar sendo um obstáculo à prosperidade”, diz o manifesto da nova agremiação.

Essa linguagem anti-estado no entanto, soa como um velho e ultrapassado discurso da diminuição e enfraquecimento do Estado, que para uma parcela significativa da sociedade não agrada aos ouvidos, porem encanta uma parte do setor empresarial.

O documento apresentado no lançamento prega ainda a responsabilidade fiscal e social, uma reforma administrativa e que o Estado seja indutor de desenvolvimento, mas com o capital privado “como motor do crescimento, com protagonismo central na criação de emprego e renda”. “A economia patina, e com ela o bem-estar dos brasileiros”. 

A nova federação nasce sem um presidente, diante de divergências internas. O ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) pleiteava a vaga, mas o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, afirmou que só concordava com a aliança se assumisse a função. Sem acordo, Rueda e o presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), farão uma “cogestão”.

Há também conflitos nos estados e a aposta de que, até a eleição, parte dos políticos de ambos os partidos deixará as siglas. De partida, o União Brasil terá o comando de nove estados e o PP também de nove, mas outros nove, como São Paulo e Rio de Janeiro, ficarão indefinidos, à espera de uma mediação pelo novo comando nacional da agremiação..

Aqui na Bahia o PP, o partido foi para ACM Neto, mas não levou nenhum deputado. Só vai ficar o federal João Leão. Mário Negromonte Jr. e Cláudio Cajado, também federais, devem debandar, assim como os seis estaduais do partido.

No aspecto da ação política, fica complicado para o novo agrupamento existir sem estar muito próximo da extrema direita, já que a origem dos 2 partidos, herdeiros diretos da Arena e a reconfiguração da direita brasileira a partir da ascensão de Bolsonaro deixam o claro o futuro da União Progressista. Tanto o PP quanto o União Brasil são partidos que vieram de uma oligarca e tradicional direita brasileira. O bolsonarismo, como movimento de opinião, transcende a velha direita, mas, ao mesmo tempo, depende da direita tradicional para se manter na cena política brasileira, assim como a direita tradicional também se tornou dependente do bolsonarismo.” ...


 


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