segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Troca de acusações entre as prefeituras de Itabuna e Montes Claros, depois da chegada de venezuelanos à cidade mineira

Itabuna afirma que líderes Warao pediram a viagem; Montes Claros diz que não foi avisada sobre a chegada


Inesperadamente 41 imigrantes venezuelanos chegaram a Montes Claros, em Minas Gerais, e estão mobilizando órgãos públicos e órgãos de controle. Uma reunião marcada para esta segunda-feira (17) deve reuniu representantes da Prefeitura, do Ministério Público de Minas Gerais e da Defensoria Pública para definir os próximos passos do acolhimento emergencial.

Os imigrantes fazem parte de sete famílias indígenas da etnia Warao, com 14 adultos - quatro deles gestantes - e 27 crianças. Eles foram deixados na rodoviária da cidade na madrugada de sábado (15), após viajarem cerca de 680 quilômetros desde Itabuna, no sul da Bahia, onde viviam há aproximadamente quatro anos em um programa municipal de acolhimento que foi encerrado. 

Atualmente, todo o grupo está instalado no Ginásio Municipal Ana Lopes, transformado em abrigo temporário pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social. No espaço, recebem alimentação, roupas, itens de higiene e atendimento básico de saúde. Segundo o município, a prioridade inicial foi garantir condições mínimas de segurança, especialmente para as crianças.

Relatos colhidos pela Guarda Municipal indicam que o transporte partiu de Itabuna na sexta-feira (14), por volta das 13h, e chegou a Montes Claros à 1h40 do dia seguinte. O motorista ouvido pelos agentes afirmou ter sido contratado pela Prefeitura de Itabuna para levar as famílias até o terminal rodoviário e retornar ao estado baiano. A prefeitura de Itabuna afirma que forneceu o transporte à pedido dos venezuelanos.

Já a prefeitura de Montes Claros afirmou que não foi consultada e nem informada. Em nota, declarou: "A Prefeitura de Montes Claros reforça seu compromisso com a proteção social, a dignidade humana e a atuação responsável diante de situações emergenciais, ao mesmo tempo em que esclarece que não participou, não autorizou e não foi previamente comunicada sobre o transporte e o desembarque dessas famílias."

A Polícia Federal informou que está analisando o caso para tomar as devidas providências.

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