quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Bill Gates critica visão ‘apocalíptica’ sobre clima, mas não diminui a importância da COP 30


O fundador da Microsoft e filantropo Bill Gates publicou um memorando com críticas ao que chama de “visão apocalíptica” sobre as mudanças climáticas. Apesar de considerar importante a redução de emissões de gás carbônico, o empresário afirma que é necessário maior atenção no combate à pobreza e na melhora da qualidade de vida.

“Eu deixaria a temperatura subir 0,1 grau para acabar com a malária. As pessoas não entendem o sofrimento que existe hoje”, afirmou Gates ao comentar o memorando com repórteres. “Se você acha que o clima não é importante, você não concordará com o memorando. Se você acha que o clima é a única causa e apocalíptico, você não concordará com o memorando.”

No texto, o empresário elenca ainda duas prioridades para a COP30: zerar a diferença de preços entre a produção sustentável e a tradicional, e aumentar o rigor na mensuração dos impactos para escolher as estratégias mais adequadas para melhorar a vida no planeta.

“Por isso, peço a essa comunidade, na COP30 e além, que faça uma mudança estratégica: priorize as coisas que têm o maior impacto no bem-estar humano. É a melhor maneira de garantir que todos tenham a chance de viver uma vida saudável e produtiva, não importa onde nasçam e não importa em que tipo de clima nasçam”, conclui Gates.

O empresário Bill Gates afastou-se de seu trabalho na Microsoft e dedica-se hoje sobretudo à Fundação Gates, cujo foco está na melhora da saúde, educação e desenvolvimento em áreas pobres do globo. A organização desenvolve ações sobretudo no combate de doenças como malária, HIV/Aids e tuberculose.

Na visão de Gates, “a perspectiva apocalíptica [sobre o clima] está fazendo com que grande parte da comunidade climática se concentre demais em metas de emissões de curto prazo, e isso está desviando recursos das coisas mais eficazes que deveríamos estar fazendo para melhorar a vida em um mundo em aquecimento”.

Gates sugere assim uma mudança de foco para melhorar o bem-estar humano, especialmente em regiões vulneráveis, por meio de investimentos em acesso à energia, saúde e resiliência agrícola. Essas áreas, segundo ele, oferecem benefícios mais equitativos do que as metas de temperatura e devem ser fundamentais para as estratégias climáticas discutidas na COP30.


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