Estados Unidos impõem novas sanções contra juízes e procuradores do Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia. A medida retaliatória, anunciada pela chancelaria norte-americana nesta quarta-feira (20), visa diretamente membros da Corte envolvidos no mandado de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusado de crimes de guerra em Gaza.
A ação do governo dos EUA congelou os bens no território americano dos juízes Nicolas Yann Guillou e Kimberly Prost, e dos procuradores Nazhat Shameem Khan e Mame Mandiaye Niang. Historicamente, Washington não reconhece a jurisdição do TPI, e esta iniciativa é uma defesa clara do aliado histórico, Israel, após a Corte emitir um mandado contra Netanyahu e o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant em novembro de 2024.
Além de retaliar a ação contra o premiê israelense, as sanções também miram um juiz envolvido em investigações sobre possíveis crimes de guerra cometidos por militares dos EUA no Afeganistão. Esta não é a primeira investida contra a Corte; no início do ano, o próprio TPI e três juízes, incluindo o procurador-geral Karim Khan, já haviam sido alvo de medidas semelhantes.
As sanções representam uma escalada na política externa norte-americana, tratando o tribunal internacional como uma entidade a ser punida por decisões judiciais soberanas. A medida reforça a postura de Washington de impor suas regras extraterritorialmente, desafiando mecanismos multilaterais de justiça e levantando questões sobre a coerência de sua defesa da ordem global baseada em regras.
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