quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Suspeito de matar gari, ameaça agentes prisionais pois conhece o secretário de segurança


Com informações do Jornal O Globo

Durante a audiência de custódia em que a Justiça converteu em preventiva sua prisão, por suspeita do assassinato do gari Laudemir de Souza Fernandes, o empresário René da Silva Nogueira Junior relatou como foram seus primeiros momentos detido. O executivo contou ao juiz Leonardo Vieira Rocha Damasceno que passou por uma "situação constrangedora" enquanto estava no Centro de Remanejamento (Ceresp) Gameleira e disse que reclamaria diretamente com o secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Rogério Greco. O secretário negou ter qualquer relação com René.

A situação está boa, mas só teve uma situação ontem [dia 12] que foi um pouco constrangedora. Eu tenho o nome da pessoa que pediu para eu agachar três vezes quando eu saí da cela. Tinha algumas agentes junto que começaram a falar: 'Tu matou o gari por quê? Você fez isso, covarde'. Eu falei: 'Cara, primeiro vocês têm que entender que tem uma investigação em curso — destacou.

Na sequência, o executivo afirmou que vai reportar a situação ao "Greco", numa referência ao secretário de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, Rogério Greco.

— O nome dessa pessoa eu li. Foi na tarde de ontem. E eu inclusive falei para ele: 'Eu conheço o Greco e vou falar com ele depois que eu sair daqui, por causa disso' — avisou.

Em nota, o secretário negou ter qualquer relação com o empresário.

A Secretaria ainda destacou que todos os procedimentos aos quais René foi submetido "estão previstos no documento chamado ReNP - Regulamento e Normas de Procedimentos do Sistema Prisional de Minas Gerais" e reforçou que "não houve distinção de tratamento" entre ele e os demais detentos.

"O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, Rogério Greco, informa que a declaração do acusado é mentirosa, destacando que não o conhece, nunca conversou ou teve qualquer contato com o preso", diz 

Na audiência, René também disse ter sido fotografado enquanto estava sob custódia e relatou ter dormido "no chão. O juiz determinou que o detento recebesse um colchão e não pudesse ser fotografado na unidade prisional. O magistrado ordenou, ainda, que o executivo receba o atendimento médico e medicamentoso "que se fizer necessário", já que relatou fazer uso de medicação controlada.


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