quinta-feira, 15 de junho de 2023

Conselho de Ética da câmara só abre processos contra deputadas de esquerda

 


O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados abriu, nesta quarta-feira (14), processos disciplinares contra quatro deputadas federais do PSOL e duas do PT. Os pedidos foram feitos pelo Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro.

As seis parlamentares foram alvo de representações no Conselho de Ética por protestos contra a aprovação de um requerimento de urgência do projeto de lei do marco temporal de terras indígenas

Após a aprovação do pedido que aceleraria a votação do projeto (que acabou aprovado no plenário posteriormente), as deputadas passaram a criticar os parlamentares pelo resultado.

O Conselho de Ética sorteou, ainda, uma lista tríplice para a relatoria de cada um dos processos. Caberá ao presidente do conselho escolher os nomes dentre essas listas tríplices para relatar o processo contra cada uma das deputadas.

Em coletiva após a abertura dos processos disciplinares, as deputadas envolvidas afirmaram sofrer violência política de gênero.

A deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) disse ser “vergonhosa” a rapidez com que o processo tramitou entre a Mesa Diretora da Câmara e o Conselho de Ética, cerca de quatro horas. A seu ver, é “machista e misógino”.

A deputada Talíria Petrone (Psol-RJ) afirmou que querem “calar as vozes” que acusam o marco temporal de supostamente ter o potencial de prejudicar indígenas e impedir a demarcação de povos originários.

Sâmia Bomfim (Psol-SP) declarou não haver punição contra parlamentares que as xingam e que estimulam outras pessoas a fazerem ameaças contra ela. Ela criticou e questionou o papel do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para a celeridade da chegada do processo ao Conselho.

As deputadas seguraram papéis com os escritos: “Não vão nos intimidar”, “Não vão nos calar” e “Marco temporal, não”. Também estavam presentes outras deputadas e deputados de esquerda.

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