quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Interferência do Governo na Câmara vai parar na justiça


Os vereadores de oposição ao prefeito de Ilhéus, Jabes Ribeiro, vão ingressar na Justiça com um Mandado de Segurança para garantir participação do bloco na composição das Comissões Técnicas da Câmara. A decisão foi tomada ontem à noite, logo após a eleição das comissões que, numa ação articulada pelos vereadores da situação, deixou os oposicionistas de fora de todas elas.
O "rolo compressor" não foi bem aceito pelo grupo. "Os vereadores vieram com um papel na mão, sabendo quem iria compor cada uma das comissões. Tudo escolhido no Palácio Paranaguá. Parecia dever de casa mandado pelo professor. A Câmara de Ilhéus está começando muito mal. Deixando de ser um poder fiscalizador e independente e tornando-se uma Secretaria de Assuntos Parlamentares", disse ao Jornal Bahia Online o líder da oposição, Alisson Mendonça, numa alusão às fortes ligações da maioria dos vereadores ao Executivo Municipal.
De acordo com a bancada de oposição, o grupo ligado ao prefeito não respeitou a representatividade dos partidos que compõem o legislativo para a formação das comissões. "Isso sempre aconteceu aqui", disse o vereador Cosme Araújo. "Abriram mão do exercício da democrática para atender à vontade do rei", ironizou o vereador Roland Lavigne. A situação nega a existência da "armação". O presidente da Casa, Josevaldo Machado, garante que a maneira mais democrática para a escolha é a que foi feita ontem, com cada vereador demonstrando em plenário a sua vontade de participar da comissão. O resultado, obviamente, é matemático: como a maioria da Casa é formada pelo grupo jabista, o grupo ganhou todas as escolhas.
De acordo com Alisson Mendonça, para evitar o rolo compressor, ele chegou a marcar uma reunião, antes da sessão ordinária, com o líder do governo na Câmara, vereador Alzimário "Gurita" Belmonte, mas, segundo o vereador, "Gurita chegou atrasado e disse apenas que estava já tudo decidido". O certo é que os trabalhos da Câmara começaram bastante agitados. Na primeira sessão, cobrança de eleitores, com direito a faixas estendidas no plenário, de prováveis débitos de campanha. No segundo dia, disputas acirradas, rolo compressor, e apalusos e apupos da platéia. Esse mandato, ao que parece, vai ser movimentado.

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